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Mostrando postagens de maio, 2010
Estou sem inspiração. Há meio século eu diria: "Resumos de uma carta", mas como estamos quase no fim do mundo, digo apenas, e apenas por estar sem inspiração nesses fatídicos e descoloridos dias: "Resumo de um e-mail". "Bem, eu aprecio muito a sua sinceridade. Você sempre foi assim e acho isso muito legal. Pessoas como você são bem raras. Ultimamente eu tenho tentado falar sempre a verdade, falando o que eu penso e como me sinto em relação a determinadas coisas, mas tive que levar muitas quedas até aprender a fazer isso. Mas, é realmente bom poder aliviar o coração e senti-lo mais leve, quando falamos o que pensamos e sentimos. Isso é ótimo, na verdade. Você pode deitar à noite e pensar: "Ufa! Falei tudo o que tinha a dizer, fiz tudo o que pude." E isso nunca é em vão ou tempo perdido. É melhor do que se enganar, e como disse Russo, um dos nossos maiores poetas: "Mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira". (...) Você também diss
Caminhamos pela velha praça do centro da cidade. Sentamos em um banco em frente à antiga mercearia e pusemo-nos a lembrar dos tempos de outrora, quando éramos ainda bastante jovens, e o futuro (hoje presente) nos acenava distante, quase inalcançável. Ela me disse: - Se eu soubesse que seria mais feliz antes que hoje, não teria rezado tanto para crescer logo. Eu entendia perfeitamente o que ela dizia. Também me sentia assim. Não que meu presente seja desafortunado, mas, na verdade, a vida parecia ser mais simples quando, diante da tristeza, subíamos na goiabeira, levando o violão, e cantávamos os sucessos do Legião Urbana, comendo goiabas não bichadas, balançando-nos nos galhos, rindo de qualquer coisa até chorar, ouvindo voinha gritando: "Olha o almoço!". Não havia prazos, trabalhos, maridos, filhos, namorados para nos ocupar a mente. Havia a inocência da infância, o almoço gostoso de vovó, o gosto da sirigüela, o cheiro do capim molhado e, mesmo o de estrume de vaca, trazia