Até onde eu posso ir?

Por esses dias, quando a chuva aparece por aqui, sinto-me sendo transportada para outros lugares... Aqueles lugares em que sempre quis estar, mas que não acho ser possível conhecer nessa vida. Ir ao ponto mais alto de Notre-Dame e apreciar os franceses e turistas caminhando despreocupadamente... Acho que os franceses e ingleses são os mais despreocupados quando andam pelas ruas. Mesmo quando estão atrasados, caminham sempre como se dessem apenas um passeio. Uh, não os culpo. Com tanta coisa linda para se ver, por que a pressa? Não, não existe o verbo "ver" em seu vocabulário... apenas o verbo "apreciar". Catedral de Notre-Dame (França). Ou quem sabe, sentar-me em um pequeno restaurant, no Quartier Latin, pedir une verre de vin ( suave, s'il vous plâit) , sendo, talvez, a única pessoa não fumante, enquanto tento me esquivar disfarçadamente das fumaças das dezenas de cigarros ao meu redor.  E ainda pisar no point zero des routes de France , fazer um ped

Segurar algo por muito tempo, por mais leve que seja, torna-se cansativo. Acontece o mesmo com as pessoas e os sentimentos. Trazer algo consigo dentro do coração por longo período, torna o coração cansado, por vezes pesado... Qual o peso dos sentimentos? Em minha opinião, o ódio deve ser o mais difícil de carregar. Não só o coração, mas a própria alma fica fadigada. É um sentimento tão denso, parece mesmo com um buraco negro que suga constantemente tudo o que houver ao redor, transformando qualquer chama de luz em completa escuridão. Mas lá no outro extremo, só consigo enxergar o amor. Leve...tão leve... que quando a gente ama, até parece flutuar. O amor é como a chuva que leva as impurezas para longe e penetra na terra com toda a sua força para alimentar a vida que há por sob e sobre ela. Uma antiga civilização, avançada em grandes ensinamentos, após retirar todos os órgãos vitais de um corpo já morto e embalsamá-lo, punha o coração numa balança, juntamente com uma pena.