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Mostrando postagens de agosto, 2009
"...Ela vasculhou a memória, apesar da angústia. Sempre doía pensar em Rhett, pensar em perdê-lo, pensar em seu próprio fracasso. A dor diminuía um pouco quando pensava na maneira como ele a tratara, e o ódio dissipava o sofrimento. Na maior parte do tempo, porém, ela conseguia mantê-lo fora de sua mente; era menos perturbador assim. Durante aqueles longos dias, sem nada para fazer, no entanto, sua mente insistia em repassar a vida que tivera, e não podia evitar a lembrança de Rhett. Ela o amara? Devo tê-lo amado, pensou Scarlett, devo amá-lo ainda, ou meu coração não sofreria tanto quando o vejo sorrir em minha mente, quando escuto sua voz. E desejei mais a Rhett depois que ele me deixou. Era tudo confuso demais. Deixava a cabeça doendo, ainda mais do que o coração. Não pensaria a respeito." ["Scarlett" - Alexandra Ripley. A continuação de "...e o vento levou", de Margaret Mitchell]
Meu professor disse que a maioria das pessoas se frustra na vida adulta porque nunca parou para pensar em quem realmente é, no que caminho que está seguindo ou gostaria de seguir. Já eu, me question sobre isso a todo instante. Nunca encontro uma resposta favorável. Um dia saberei? Não quero chegar aos 40 e descobrir que, depois de vários empregos, dois divórcios, 2 filhos adolescentes e complicados, minha opção sexual nunca foi a que eu pensei que fosse. Falando nisso, eu não acredito que aquele garoto é gay. Quero dizer, ele nunca vai olhar pra mim. Vou deixar de passar batom para ir às aulas.
Eu poderia muito bem pegar minhas coisas e seguir em frente, mas isso significaria deixar para trás, de verdade, tudo o que vivi com você. Significa perder a oportunidade de te mostrar que dentre nós dois quem mais amou fui eu. E sempre quis ser uma perfeitinha. Eu sempre tive tudo nas mãos. Tudo. Mas, dessa vez eu queria ser um pouquinho egoísta, um tanto hipócrita, fugir da regra imposta de mim para mim. Queria jogar toda a prudência e paciência para o alto, e o troféu de boazinha no lixo. Eu queria, se pudesse escolher sem ressentimentos, ser a menina má. Mas, meu coração é traiçoeiro e desleal. Nunca segue o caminho que eu escolho, mas estou sempre presa a ele. Não há fiança. A pena é perpétua.

Fresno - "Pólo"

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Tenho 90 anos. Não enxergo mais tão bem. Já quase não ando. Muito pouco falo. Raras vezes estou acordada. Meus filhos não me ligam. Meus netos não sentam em meu colo para ouvir histórias. Nem lembro das histórias. Sou invisível para alguns. O que a vida ainda espera de mim? Tenho 19 anos. Não enxergo bem de longe. Estudo. Trabalho. Há mais de um ano tento esquecer alguém. Tenho bons amigos. Leio muitos livros. Faço tantos planos. Sou invisível para alguns. O que a vida espera de mim?
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Seria muito bom se, em vez de lastimarmos as pessoas que, a uma primeira vista, parecem-nos uma pedra no caminho, passassemos a agradecer-lhes por nos servirem como ferramentas de aperfeiçoamento. São essas mesmas pessoas que nos instigam o crescimento e a aprendizagem. Elas podem fazer parte de nossos ciclos mais íntimos, como amigos e familiares, ou mesmo estar continuamente presentes em nossos locais de trabalho ou estudo. As relações humanas são deveras complexas, pois estamos nesse plano para a maior das missões: aperfeiçoar nossos relacionamentos. É por isso, então, que a vida nos provoca ardilosamente com tantas situações onde nos defrontamos com pessoas difíceis e incompreensíveis; situações que parecem exigir de nós todo o estoque de paciência, serenidade e paz que possamos arrancar de nosso espírito. Pensemos nisso quando nos defrontarmos com essas pessoas novamente. Pensemos na situação com a consciência de que é o modo que a vida encontrou para nos ensinar a crescer.