A grandeza do ser [12]
The memory (1) |
"O melhor meio de conseguirmos uma morte suave e tranqüila, é viver dignamente, com simplicidade e sobriedade, é viver uma vida sem vícios nem fraquezas, desapegando-nos antecipadamente de tudo o que nos liga à matéria, idealizando a nossa existência, povoando-a de pensamentos elevados e ações nobres.
Sucede o mesmo com as condições boas ou ruins da vida de além túmulo. Dependem também unicamente da maneira por que desenvolvemos as nossas tendências, os nossos apetites, os nossos desejos. É na atualidade que precisamos preparar-nos, agir, reformar-nos, e não no momento em que se aproxima o fim terrestre. Seria pueril acreditarmos que a nossa situação futura depende de certas formalidades mais ou menos bem cumpridas à hora da partida. É a nossa vida inteira que responde pela vida futura; uma e outra se ligam estreitamente; formam uma série de causas e efeitos que a morte não interrompe.
Não é menos importante dissipar as quimeras que preocupam certos cérebros a respeito dos lugares reservados às almas depois da morte, para as atormentar. Aquele que cuidou do nosso nascimento, colocando-nos, ao virmos ao mundo, em braços amantes, estendidos para nos receberem, reserva-nos também afeições para a nossa chegada ao Além. Expulsemos para longe de nós os terrores vãos, as visões infernais, as beatitudes ilusórias. O futuro, como o presente, é a atividade, o trabalho; é a conquista de novos postos. Tenhamos confiança na bondade de Deus, no amor que Ele tem ás suas criaturas e avancemos com firmeza no coração para o alvo que a todos Ele marcou!
Embracing Borobudur (2) |
Além da campa, o único juiz, o único algoz que temos, é a nossa própria consciência. Livre dos estorvos terrestres, adquire ela um grau de acuidade, para nós difícil de compreender. Adormecida muitaz ves durante a vida, acorda com a morte e a sua voz se eleva; evoca as recordações do passado, as quais, despidas inteiramente de ilusões, lhe aparecem sob a sua verdadeira luz, e as nossas menores faltas se tornam causa de incessantes pesares.
Como disse Myers: ' Não há necessidade de purificação pelo fogo. O conhecimento de si mesmo é o único castigo e a única recompensa do homem'."
[Extraído do livro "O Problema do Ser, do Destino e da Dor",de Léon Denis, Paris, 1908/ Imagens by (1) YourForgiveness, (2)Hengki24]
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