A grandeza do ser [13]

" A situação do Espírito depois da morte é a conseqüência direta das suas inclinações, seja para a matéria, seja para os bens da inteligência e do sentimento. Se as propensões sensuais dominam, o ser forçosamente se imobiliza nos planos inferiores que são os mais densos, os mais grosseiros. Se alimenta pensamentos belos e puros, eleva-se a esferas em relação com a própria natureza dos seus pensamentos.
Swedenborg disse: ' O céu está onde o homem pôs o seu coração'; todavia, não é imediata a classificação, nem súbita a transição.

Timisoara (1)
(...)

Os Espíritos adiantados depressa se libertam de todas as influências terrestres e recuperam a consciência de si mesmos.
O véu material rasga-se ao impulso dos seus pensamentos e abrem-se perspectivas imensas. Compreendem quase logo a sua situação e com facilidade a ela se adaptam. Seu corpo espiritual, instrumento volitivo, organismo da alma, de que ela nunca se separa, que é a bora de todo o seu passado, porque pessoalmente o costruiu e o teceu com a sua atividade, flutua algum tempo na atmosfera; depois, segundo o seu estado de sutileza,de poder, corresponde às atrações longíquas, sente-se naturalmente elevado para associações similares, para agrupamentos de Espíritos da mesma ordem, Espíritos luminosos ou velados, que rodeiam o recém-chegado com solicitude para o iniciarem nas condições do seu novo modo de existência.
Bored or uneasy (2)
Os Espíritos inferiores conservam por muito tempo as impressões da vida material. Julgam que ainda vivem fisicamente e continuam, às vezes durante anos, o simulacro das suas ocupações habituais. Para os materialistas o fenômeno da morte continua a ser incompreensível. Por falta de conhecimentos prévios confundem o corpo fluídico com o corpo físico e conservam as ilusões da vida terrestre. Os seus gostos e até as suas necessidades imaginárias como que os amarram à Terra; depois, devagar, com o auxílio de Espiritos benfazejos, sua consciência desperta, sua inteligência abre-se à compreensão do seu novo estado; mas, desde que procuram elevar-se, sua densidade fá-los recair imediatamente na Terra.  As atrações planetárias e as correntes fluídicas do Espaço os reconduzem violentamente para as nossas regiões, como folhas secas varridas pelo vendaval.
. (3)
Os crentes ortodoxos vagueiam na incerteza e procuram a realização das promessas do sacerdote, o gozo das beatitudes prometidas. Por vezes é  grande a sua surpresa; precisam de longo aprendizado para se iniciarem nas verdadeiras leis do Espaço. Em vez de anjos ou demônios, encontram os Espíritos dos homens que, como eles, viveram na Terra e os precederam. Viva é a sua decepção ao verem suas esperanças malogradas, transformadas suas convicções por fatos para que de nenhum modo os preparara a educação que haviam recebido; mas, se sua vida foi boa, submissa ao dever, não podem essas almas ser infelizes por terem sobre o destino mais influência os atos que as crenças.
Os Espíritos céticos e, com eles, todos aqueles que se recusaram a crer na possibilidade de uma vida independente do corpo, julgam-se mergulhados em um sonho. Este sonho só se dissipa quando acaba o erro em que esse Espíritos laboram."

[Extraído do livro "O Problema do Ser, do Destino e da Dor", de Léon Denis, Paris, 1908/ Imagens by (1) Capriccio-studio; (2) Suppi-lu-liuma; (3) CaradelNeil

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