The End

Long distance love

Lembro que há algum tempo atrás você sussurrava palavras loucas no meu ouvido. Nesses momentos, meu coração batia descompassadamente. As horas não tinham importância, passavam rápido como uma estrela cadente. Estrela cadente foi nosso amor. Durou pouco, mas foi tão bom, tão real. Foi o período em que pude sentir a vida vibrando dentro de mim. Os olhos tinham um brilho especial; a pele, uma maciez desejada.
Lembro o beijo, naquela noite sem data. Acontecer, sem ser esperado. Veio com o primeiro beijo, a magia. A magia louca do desejo, a magia febril da paixão, a magia doce do amor. A eterna magia...
Tudo o que vivemos vive em nós. Está em nós, mesmo quando não queremos, mesmo quando acaba a eternidade que ia durar o nosso amor. Está em nós e sentimos vir à tona quando ouvimos aquela música ("é a nossa música, amor"), vemos aquele filme (o primeiro visto juntos, dividindo o saco de pipocas e o copo de refri com canudinhos), passamos por aquele lugar (o preferido de nós dois, que passamos a evitar depois do fim), encontramos as fotos e as cartas (que sempre terminavam com "eu e você, para sempre") na caixa grande e fedendo a mofo.
Cartas...fotos...presentes...Porque a gente se recusa a jogar tudo fora? Para que guardar lembranças do fantasma que nos assombra nos primeiros dias, semanas, meses após o fim?
Lembranças de alguém que FEZ parte da nossa vida...FEZ. Que verbo é esse? Pretérito mais que perfeito? Perfeito...Perfeita era a nossa vida no antes. Flores, chocolates, borboletas, sorrisos. FEZ. É preferível que seja imperfeito. Imperfeita é a nossa vida no depois. Mas o depois não é passado, é presente. É agora. E o agora é como a gente quer, é como a gente faz acontecer. Por isso, vivo, corro, canto, danço, amo... Por isso, SOU feliz. Então, eu deixo guardado tudo o que a gente viveu  na caixa velha, no armário. Tudo o que a gente sonhou... Esqueço tudo, viro a página e construo uma nova história. Não mais voltarei ao capítulo de nós dois, pois não existe mais o "nós dois". Agora é só "eu" e "você".
Lembra qual era o plano? Era ficar tudo bem. Era cada um seguir seu caminho. Mas não vale olhar para trás. O plano era cada um pegar o que de melhor viveu quando éramos dois, seguir em frente (pode até pegar carona se quiser) e ser feliz assim.
Um dia, nossos caminhos podem se reencontrar.
Um dia, o tempo dirá se valeu a pena...ou não.

[12.junho.2007]

[Imagem - http://www.google.com.br ]

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