Estar com...

 Amar é "estar com".

Estar com... apesar das diferenças.

Estar com... apesar das expectativas não realizadas.

Estar com... apesar dos medos e anseios.

Amar é um processo. Nunca uma coisa que brota de forma urgente de lugar algum. Amor precisa de chão seguro onde fincar raízes profundas. Esse chão precisa ser cheio de nutrientes para suportar os diversos climas e intempéries. Para suportar os ciclos de vida, morte e renascimento, presentes em tudo o que há.

Neste processo, a gente aprende a abrir mão e desconstruir tudo o que a gente achava que sabia sobre o amor. Os sonhos utópicos e irreais, as expectativas sobre o parceiro ou parceira que talvez nunca venham a ser alcançadas. A gente descobre ser possível gostar do outro por quem se é, em sua realidade e potencialidade.

Sabe, gostar de alguém, querer estar com esta pessoa, envolve a gente aprender a soltar e deixar ir tantas coisas que alimentam vãs ilusões. Talvez o outro não compreenda as minhas percepções, ou o que eu espero da relação não seja o que o outro queira ou possa dar. Mas, cada um dá de si o máximo que pode, e isso é bom. Isso faz a gente florescer.

Resta saber o quanto é possível abrir mão. O que é realmente possível deixar ir. E o quanto disso, indo embora, não faz desaparecer quem a gente é. É um malabarismo para dar conta nessa história de ser dois sem deixar de ser um. 

Dizem que o verdadeiro amor está ao final deste caminho. Pode-se desistir no meio do processo, às vezes já quase lá... mas só se percebe a flor de lótus se abrindo quando se é capaz de mergulhar na lama escura daquilo que ainda não sabemos o que é, suportar este mistério, sobreviver às transformações, ao não belo... 

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